segunda-feira, 12 de março de 2012

Adaptações...

Mais uma palavra que vai ficar para a história. E de quem tinha de ser, claro que tinha de ser do Ministro Relvas. Perante a chuva de empresas públicas que pedem excepções aos cortes salariais, não por terem salários de miséria, não por terem dificuldade em segurar os trabalhadores, não por terem alguma relevância social intocável, mas "apenas" por serem empresas públicas... e perante a tendência a ceder às suas pretensões, o senhor ministro diz que "não há nenhuma excepção, a regra é para todos, mas há que fazer adaptações". Ora se a política se reduzisse à semântica, bastaria trocar a palavra "austeridade" por "racionalidade", "cortes" por "reorganizações", "impostos" por "contributos", "clientelismo" por "mérito político", "privatização" por "venda a empresa pública estrangeira", e tudo ficaria no melhor dos mundos. Enfim só não convinha trocar "falta de vergonha" para que ficasse tudo ainda mais claro. O homem não se enxerga, e de nós só tem uma ideia, a de que somos estúpidos.

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