A semana passada ficou marcada também pela "krugmania", pois o nobelizado economista, guru da esquerda ligeira, esteve em Portugal, para receber de uma assentada três doutoramentos... Aqui não ousou os prognósticos mais pesados, mas aligeirou a coisa, que Portugal teria 75% de hipóteses de se manter no euro, que a economia teria de ser mais competitiva e que o salário em Portugal deveria ser 20% mais baixo que na Alemanha, coisa que ninguèm percebeu, pois já é, ou então defenderia a baixa do actual em 20%. Ouvi no entanto uma análise bem mais interessante. Em vez de descer salários em Portugal porque não sobem os salários da Alemanha, Holanda, Finlândia, os ricos do costume ? Seria um gesto de solidariedade, apreciado por todos, pois ao que parece mesmo nesses países os salários não têm subido apesar de tudo. Isso permitia relançar o consumo nesses países que podem pagar, e indirectamente aumentar as exportações dos "pobrezinhos" que bem precisam de políticas expansionistas onde tal seja possível. A par da detestada "mutualização" da dívida, aqui estão medidas que mostrariam uma Europa solidária.
Receio no entanto que o que esteja na forja sejam três Europas em gestação. Uma com o "euro gold" onde se agrupem os ricos do norte, outra com o "euro de lata" onde se agrupam os pobretanas do sul. A esta junta-se uma terceira sem euro nenhum, onde se juntam os expertos que não quiseram o euro, atrás do seu chefe de fila Reino Unido conservador e americanizado.
Sem comentários:
Enviar um comentário