Penso que a jornalista Sandra Sousa da RTP deve estudar melhor este módulo do seu curso de jornalista. Vem a propósito da entrevista que conduziu com Francisco George, Director Geral da Saúde, e homem reconhecido pela competência, isenção, coragem e objectividade, jamais fazendo política com a saúde, embora tenha uma política para a saúde. Ora a senhora jornalista tinha duas ou três ideias preconcebidas na sua cabecinha, e para ela a entrevista tinha como objectivo levar o entrevistado a confirmar aquilo que a senhora já pensava. E que ideias eram essas? Primeira, a mortalidade nas últimas semanas era anormal, excessiva e inexplicável por razões científicas. Segunda, a causa dessa anormalidade é a situação económica e em particular o aumento das taxas moderadoras. Terceira, a responsabilidade por esta situação é dos governantes, e contra isso batatas... Assim jamais permitiu que o entrevistado explicasse a situação com objectividade, para o que vinha munido de material, que quase não conseguiu explicar, interrompia a toda a hora não deixando explicar uma ideia, e quando deixava, o seu olhar e a sua postura era de uma enorme desconfiança do que estava a ouvir, e mal podia interrompia e voltava a recolocar as "questões que os portugueses querem ver respondidas". Parece que ela era a entrevistada e o seu convidado um pretexto para ela expôr o seu pensamento.
Desde a saída de Judite de Sousa e José Alberto Carvalho a RTP está com dificuldade em suprir a falta de entrevistadores, mas não me parece solução colocar pessoas pouco preparadas. Mas se não estão que se preparem.
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