quarta-feira, 28 de março de 2012

Congresso e realidade



O Congresso Mundial do Presunto está a ser promovido como grande acontecimento aqui para a vila de Ourique em Maio 2013. É a sua sétima edição e desconheço qual a relevância real de tal evento , gastronómica, comercial ou científica. Certo que em termos económicos, para terra de poucos recursos, o que se gasta deve ser pensado e tirado todo o partido. Tem condições para isso, dada a importância da gastronomia no turismo em Portugal, onde se percorrem centenas de quilómetros para ir comer o "tal" cozido, o "tal" peixe assado, ou o "tal" presunto. Coisa impensável noutros países. Agora não se pode é dar o caso que já me aconteceu várias vezes, de, no meio de um passeio, que gosto de fazer pelas aldeias do concelho, se parar num café, numa tasca ou num restaurante e não se encontrar uma simples sandes porque o patrão ou patroa acham que não vale a pena ter pão, ou presunto, ou alguma coisa para fazer a sandes. Basta-lhes ter café, tirado duma máquina do século dezanove, já cheia de ferrugem, ou ter "mines" que o pessoal bebe de manhã até á noite, sem nada para comer. Claro que não se pode mandar no negócio dos outros, mas pode-se incentivar o turismo interno, criar condições de atracção para que as pessoas visitem, pernoitem ou passem mesmo alguns dias, e deixem dinheiro, sendo para isso necessário facilitar instalação de unidades turísticas por aqui, sem complexos, e sem ligar aos arautos da desgraça, que vêm cataclismos em qualquer iniciativa de desenvolvimento. Sem isso não há Congressos que nos salvem.

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